Body neutrality: o que é e história

Body neutrality: o que é e história

O corpo natural está na moda e movimentos como o body neutrality demonstram isso. Essa tendência estética, assim como o body positive, nos convida a dar visibilidade a corpos reais e não entendidos como "perfeitos". Como bem sabemos, estamos em uma era de mudanças constantes, de inclusão social, de aceitação pessoal, e também de apelo à verdadeira beleza. O século 21 é marcado pelo renascimento do feminismo e pela luta para destronar a beleza idealizada e tida como perfeita que, durante anos, modas e as marcas impuseram. A demanda física que se refletiu nas mulheres deu origem a movimentos como o body neutrality, que tem como objetivo tornar visíveis os corpos reais, mas sem a necessidade de estigmatizá-los. A proposta é ver esses corpos como algo neutro, aceitando-os como eles são, sem ter que nos forçar a amá-los por isso ou a ter qualquer visão negativa, bem como de evitar gerar expectativas. A ideia do movimento body neutral é priorizar a aceitação.

Neste artigo do umCOMO, falamos sobre body neutrality: o que é e história. Conheça este movimento que defende o amor próprio, enfrentando complexos e afastando as pessoas de cânones da beleza de épocas anteriores a de agora.

O que é body neutrality e quando nasce

O movimento busca dar visibilidade aos corpos reais sem a necessidade de enaltecer o corpo ou estigmatizá-lo, tratando-o simplesmente como algo neutro. Em outras palavras, o body neutrality quer que você aceite seu corpo como ele é, sem te obrigar a amá-lo completamente o tempo todo ou puni-lo por não atender às expectativas que você ou outros agentes externos possam estabelecer para si mesmo.

Por outro lado, surge como uma alternativa ao body positivity, que convida as pessoas a amar seu próprio corpo acima de todas as coisas. O body neutrality não busca que as pessoas sempre se sintam bem com sua aparência física, pois entende que isso não é possível todo o tempo. Portanto, body neutrality desej nos distanciar da pressão e das cobranças que podem frustrar as pessoas. Naturalidade e neutralidade são os lemas desta tendência.

Você se pergunta quando o body neutrality nasceu? TRata-se de um movimento muito recente e faz apenas alguns anos que as pessoas falam sobre isso com naturalidade. Em 2017, a personal trainer Anne Poirier começou a usá-lo em seus programas, alegando que nunca estaremos 100% satisfeitos com nossa aparência. Na Espanha essa forma de encarar o físico é defendida por Tania Llasera, uma das maiores propagadoras do body neutrality, embora não seja o único rosto conhecido. Outra notória promotoras do movimento é a ativista, atriz e apresentadora Jameela Jamil, do Reino Unido.

A mudança na percepção do corpo feminino abriu uma infinidade de possibilidades para outros tipos de beleza que, por exemplo, acabaram com o tradicional desfile da marca de lingerie Victoria's Secret, nascida nos Estados Unidos, mas conhecida mundialmente. Fazer uma ode às mulheres, sejam elas gordas, magras, com ou sem seios, com pintas, estrias ou celulite, é algo bem-vindo. Mas se um dia você não estiver satisfeita com seu corpo, como deveria estar de acordo com o que prega o body positive, seu subconsciente pode causar danos à saúde mental, como estresse, ansiedade ou depressão. Por esta razão, o body neutrality quer promover a ideia de que a neutralidade corporal é possível quando sentir-se bem vai além da boa aparência.

Como praticar o body neutrality

O body neutrality é um movimento que pretende que você trate seu corpo como algo neutro, sem elogiá-lo ou puni-lo. Porque haverá dias em que você se aceitará mais ou menos, dias em que verá seus complexos mais do que os outros e nada acontecerá. Porque o amor próprio pode mudar dependendo de como você se sente no dia a dia.

Para praticar o body neutrality e se livrar da frustração e da sensação de fracasso quando você não consegue se sentir completamente confortável com seu corpo, você deve seguir estes mantras:

  • Eu sou mais do que minha aparência.
  • Minha aparência é apenas uma das muitas facetas do que me faz quem eu sou.
  • Meus valores não dependem da minha aparência. Eu sou digno ou digna de mim mesmo por muitas outras razões.
  • Minha aparência vai mudar ao longo da minha vida.
  • Às vezes, me acho mais atraente e, às vezes, nem tanto. Não se preocupe, esta tudo bem.
  • Não preciso me sentir sempre atraente para ser feliz ou ter uma vida melhor. Posso ser feliz de muitas outras maneiras.

A ideia do body neutrality é tentar mudar a forma como nos relacionamos com nós mesmos, buscando um equilíbrio entre negatividade e positividade corporal que ganhou relevância nos últimos anos e também pode ser frustrante. A boa prática do body neutrality é parar de direcionar pensamentos negativos para o nosso corpo, como gordofobia ou body shame, parar de negá-lo e parar de lutar para ter que amá-lo o tempo todo. É normal que haja momentos em que você não sinta bem com ele. Assim, a ideia é passar do positivismo e do negativismo para um status mais tolerante e neutro.

Diferenças entre o body positive e o body neutrality

O body positivity e o body neutrality são dois movimentos que visam tornar visível a diversidade corporal. No entanto, embora possam ser semelhantes em sua intenção de renunciar aos cânones e estereótipos de beleza estabelecidos, ambas as tendências são diferentes.

Enquanto o body positivity se concentra no corpo, já que sua premissa é aceitá-lo e amá-lo com todas as suas virtudes e defeitos, o body neutrality visa abordar um pensamento muito mais neutro: o corpo é o meio que nos permite estar presentes no mundo e viver experiências, mas nosso corpo não é a única coisa que nos dá valor. Para o body neutrality, nem sempre você está satisfeito com seu físico, também é impossível amá-lo 100% em todos os momentos. Justamente isso, a pressão de estar sempre bem pode acabar gerando frustração, pois amar o próprio corpo também gera um processo de autocrítica se não é alcançada a expectativa desejada.

A diferença básica entre os dois pensamentos é encontrada em seu lema:

  • Body positive: "Meu corpo é lindo e isso me faz sentir bem."
  • Body neutrality: "Meu físico não deve influenciar em como me sinto."

Nenhuma das duas tendências é melhor que a outra, pois você deve escolher qual pensamento funciona melhor para estar bem consigo mesmo. Quer você ame seu corpo como ele é ou não, isso não deve influenciar seu estado emocional. Ambas as ideias são uma alternativa eficaz na luta contra os cânones de beleza e um bom método para tornar a diversidade corporal visível e aceitá-la, sendo mais inclusiva e tolerante.

Se você quer saber mais sobre um dos movimentos mais importantes da atualidade, não perca este artigo do umCOMO sobre O que é o body positive. E no artigo Como me sentir bem com meu corpo você poderá saber mais maneiras de fazer as pazes consigo mesmo ou consigo mesma.

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